200 ANOS COM ALLAN KARDEC A doença do coração que o minava surdamente,
pôs fim á sua robusta constituição e, como
uma raio, o arrebatou ao carinho dos seus discípulos. Essa perda
foi enorme para o Espiritismo, que via partir o seu fundador e mais poderoso
propagandista, e submergiu em profunda consternação todos
aqueles que o haviam conhecido e amado. “Para que relatar os pormenores de sua morte? Que importa a maneira pela qual se quebrou o instrumento, e por que dedicar uma linha a esses fragmentos de ora em diante mergulhados no turbilhão imenso das moléculas? Allan Kardec desencarnou na sua hora própria. Findou-se com ele o prólogo de uma religião vivaz, que irradiando todos os dias, breve terá iluminado toda a humanidade. Esta morte, que passará indiferente aos olhos do vulgo, não deixa de ser, apesar disso, um grande acontecimento para a humanidade. Não é apenas o sepulcro de um homem, é a pedra tumular enchendo esse imenso vazio que o materialismo havia cavado aos nossos pés e sobre o qual o Espiritismo espalha as flores da esperança”. A caridade verdadeiramente cristã de Allan Kardec; pode-se dizer dele que a mão esquerda ignorou sempre o bem que fazia a direita, e que esta, ainda, menos conheceu os botes que sobre a outra atiravam aqueles para os quais o reconhecimento é fardo excessivamente pesado; Cartas anônimas, insultos, traições, difamações sistemáticas, nada se poupou a esse intimorato lutador, a essa alma excelsa e varonil que adentrou integralmente a imortalidade. Os restos mortais de Allan Kardec repousam no Pere Lachaise, em Paris, debaixo de modesta lápide erigida pela piedade dos seus discípulos; neste local é que se reúnem todos os anos, desde 1869, os adeptos que guardaram fidelidade à memória do Mestre e trazem preciosamente no coração o culto da saudade. É visto como análogo sentido hoje nos reúne, repitamos bem alto, minhas senhoras, meus senhores: Honra ! Honra e Glória a Allan Kardec. ( texto extraído da biografia de Allan Kardec por
Henri Sausse ) |
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