EQUÍVOCOS NA EDUCAÇÃO

 A mãe é a grande responsável pela formação do caráter do filho, seguida pelo
pai, como co-participante dessa grande tarefa.
Por vezes, a mãe, investida da melhor das boas intenções comete equívocos na
educação que poderão infelicitar sobremaneira o filho, a quem ama e deseja
ver feliz.
Um desses equívocos é assumir a vida e os gostos da criança. É ela que adoça
o café ou o suco do filho; é ela que sabe do que ele gosta ou deixa de
gostar.
É a mãe que responde quando alguém pergunta à criança se ela deseja isto ou
aquilo.
É ela que escolhe roupas, calçados, conforme as cores e modelos que gosta,
muitas vezes abafando os desejos do filho, quando este já tem idade para
opinar.
E existem mães que criam seus filhos como se fossem mentalmente inválidos.
Embora não se duvide do amor que move essas atitudes, essas mães estão
prejudicando sobremaneira a formação dos seus amores.
Isso porque a criança cresce sem se conhecer, porque a mãe é quem sabe tudo
sobre ela. Na fase da adolescência, os conflitos aumentam pois agora o filho
já não aceita mais ser guiado pela mãe, mas submete-se, sem critérios, ao
grupo com o qual passa a conviver.
Daí, se veste como os da sua "tribo", se comporta como o seu grupo
estabelece, se caracteriza, enfim, como os demais. Não tem gosto próprio,
pois a mãe sempre decidiu tudo por ele.
A criança, que desde cedo aprendeu a ser passiva em tudo, agora não consegue
se desvencilhar dessa dependência perigosa.
Esse tipo de educação gera jovens sem opinião própria, sempre preocupados
com o que os outros pensam ou dizem deles.
São jovens sem iniciativa, sem senso crítico, sem opinião própria, sem
maturidade, que estão sempre esperando que alguém lhes diga o que fazer e do
que devem gostar ou desgostar.
Infelizmente essas falhas na educação infelicitam em vez de formar homens e
mulheres aptos para gerir as próprias vidas de forma lúcida e coerente.
É por essa razão que moças se deixam iludir por promessas mirabolantes, como
as feitas pelo maníaco do parque, que acenava com a possibilidade de
fazê-las famosas, fotografando-as, nuas, no meio do mato.
Se essas moças tivessem discernimento e senso crítico, certamente não
aceitariam tal convite, por ser destituído de fundamento.
Importante que mães e pais pensem com carinho a respeito da grande missão
que lhes cabe como educadores e formadores de caracteres.
Importante se pensar em educar os filhos para que tenham autonomia no pensar
e no agir, por si mesmos, e não sejam conduzidos como marionetes, sem
direito a pensar nem assumir responsabilidades.
Importante que os pais atentem para essa questão e permitam que os filhos
aprendam a se conhecer desde cedo. A fazer algo que os faça sentirem-se
úteis e valorizados.
Muito embora se tente combater o trabalho infantil dentro do lar, como se
pequenas tarefas fossem prejudicar a infância, os pais conscientes sabem que
se hoje têm os pés firmes no chão, é porque seus pais lhes colocaram
responsabilidades sobre os ombros.
Você que é mãe ou pai, e ama seus filhos, pense nisso e avalie até que ponto
não está tomando para si a vida deles.
E se perceber que está cometendo esse grande equívoco, não perca mais nenhum
minuto. Corrija o passo e ofereça ao seu filho a bendita oportunidade de
crescer.

***

A educação deve promover o homem não apenas no meio social, mas prepará-lo
para a vida essencial, que é realidade do ser imortal, filho da luz, que
deve seguir, individualmente, seu caminho para a grande luz, que é o
Criador.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em seminário proferido por
Raul Teixeira, no VI Simpósio Paranaense de Espiritismo, no dia 27/05/03.